Dia do Pai

Habituei-me desde que me lembro, a considerar a figura paterna como algo irreal e venerável, cuja morte devia ser tomada com pesar e a consequência desse facto, mais evidente para mim, era estar com as manas num colégio designado como “Asilo da Infância Desvalida”.
A minha mãe sempre respeitou a memória do meu pai e transmitiu-nos isso, parece que a opinião de quem o conheceu é unânime, era uma excelente pessoa e muito alegre e brincalhão, pai devoto e marido amigo. Para mim, sempre foi também um homem bonito e elegante, parecido com o Humphrey Bogart que aparecia nas fotografias antigas.
Este dia 19 de Março, sempre me passou um bocado ao lado, excepto no Liceu, quando na disciplina de Trabalhos Oficinais, o tema recorrente era a prenda para o pai...lá fazia eu uma coisa qualquer para dar à minha mãe, pois ela foi as duas coisas. Lembrei-me hoje, ao “passar” pelo blog do LB e ler um bonito texto que ele colocou, senão, era mais um dia sem qualquer memória ou alusão.