terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Madrugadas



Sento-me à porta do dia e espero; vou contando a passagem das nuvens pela estrada dos meus olhos. Por mais que espere, não raia o sol e a luz assemelha-se à penumbra de um Mosteiro esquecido, onde pairam ainda os ecos de tantas orações ali deixadas.
Chega o ocaso e nem um frémito, nada me perturbou o vazio, continuo prostrada nesta estrada sem fim que se vai percorrendo a ela mesma...
Sinto o torpor lento da madrugada e busco a luz, finalmente a luz...mas não, continua trespassada de brumas, mais espessas que nunca e cheias do que não consigo tocar, do que estas mãos nunca irão entender...

Ninguém, 17 Janeiro 2007

7 comentários:

wind disse...

Queria deixar palavras para te animar, mas só me sai: como te entendo:)
Bela prosa;)
beijos

mfc disse...

Toca a arribar... deixa o sol entrar!

Anônimo disse...

Há dias assim, minha querida.
Amanhã talvez passe.
Bjs.

Nilson Barcelli disse...

Este pequeno texto é fabuloso.
Mas, pelos comentários anteriores, algo de menos bom se passará contigo. É assim?
Um beijo solidário.

Elipse disse...

deixa! é assim que tem de ser. não contraries.
mas passa, passa sempre!

Fatyly disse...

Não adianta remar contra a maré e mais vale repousares a mente no calor do horizonte que melhores dias virão.
Beijos

SoNosCredita disse...

"Sento-me à porta do dia e espero"

gostei especialmente do início... :)