domingo, 10 de junho de 2007

Ofício de amar

Foto de A. Brito

OFÍCIO DE AMAR

já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso

um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo

Al Berto

9 comentários:

Elipse disse...

fabuloso, iva
enho de aprofundar o conhecimento deste al berto de wquem só conheço coisas soltas.
um beijinho para ti
(não sei que simbologia tem hoje a tua escolha, mas ... não estejas triste!)

wind disse...

Adoro Al Berto, por isso sou suspeita, gosto de tudo o que é dele:)
Como etás?
Beijos

wind disse...

*estás

Gi disse...

Coincidências? Sim claro. De pessoas que apresentam gostos comuns. Não é isso que por norma as aproxima? :)

Al Berto sempre.

Beijinhos para ti. Resto de noite feliz

mfc disse...

AlBerto é denso e pesado!
Oxalá não estejas assim....

ivamarle disse...

Olá Elipse! Já tinha (e tenho sempre) saudades tuas.A simbologia tem mais que ver com a aceitação da vida, nada de negativo. beijinhos e muitas saudades ;-))

Olá Wind ;-) comigo está tudo normal (bem, não posso dizer que esteja) mas pelo menos a cabeça vai estando sã.Beijinhos ;-)

Tens razão Gi, temos mesmo muitos gostos comuns, talvez por isso me encante tanto o teu sítio.Boa semana para ti e trata de descansar.beijinhos;-)

Tens razão Manel, Al Berto é denso, mas eu sinto-me leve...beijocas ;-)

Fatyly disse...

Sempre o achei deprimido e tão cáustico.

Um abraço muito grande

Xinha disse...

Texto belíssimo, acompanhado de imagem belíssima!!
Xinhos

loira suicida disse...

há uma impressão de rabo no ar...